ANGELITA LUCAS RELEMBRAR DOS 26 ANOS DA JUSTIÇA FEDERAL.
Uma parte de Mim.
26 anos de Justiça Federal, lembro como se fosse hj. Morando na beira
do mangue na favela Padre Zé, hj bairro. De repente chega um carteiro
com um telegrama na mão e procura a senhoara Angelita, pois não moço, é
um telegrama da federal, eu disse Sangue de Cristo tem Poder, eu não fiz
nada de errado pra federal me chamar, isso um carro preto oficial já
andava atras da filha de Antonio Martins, e a rua foi echendo de gente,
meu pai começou a tremer e perguntou minha filha se vc fez algo errado
me diga que falo com o Deputado Afrânio Bezerra para arrumar um advogado
pra vc, pai eu juro na osta consagrada que não fiz nada, e por que
fererá mandou lhe chamar, não sei meu pai. O telex dizia; "comparecer a
justiça Federal tratar assunto do seu interesse" Eu trabalha de
empregada dom´setica na casa de Dona Marly Vaz, fui num orelhão coloquei
a ficha, o infeliz comeu todas as minhas fichas e não consegui falar
para avisar que eu n poderia ir trabalhar que tinha que ir resolver esse
negócio na Federal. Meio dia foi eu e minha irmã Lila, fomos a pé, não
tinha dinheiro pra passagem, mas tb era perto era só subir na Airton
Sena e já chegava na Almirante Barroso. Achamos o lugar minha irmão
dizia Ginha será que tú vai ficar presa, eu disse mulher eu num fiz nada
oxe, de longe um rapaz me chaou, venha senhorita, eu novinha magrinha
cabelos grandes parecia uma india, me levou na sala de um um chamado
Laurentino, era o chefe do setor pessoal, ele disse é a senhora que é
Angelita, sou eu moço, mas quero dizer que não fiz nada de errado, sou
preta e pobre mas nunca fiz nada de errado. Moça é o segunte, o que
tenho pra lhe dizer, moço eu não fiz nada, comecei a chorar, de repente
chega o motorista que foi atras de mim no carro preto e diz , Laurentino
não axei a mulher não. laurentino disse é essa Sérgio, minhas pernas
começaram a tremer e eu não deixava ele de me me dizer nada, Minha mais
velha disse cala a boca e deixa o home falar..Bem é que a senhora passou
num concurso em primeiro lugar e vai trabalhar aqui conosco. Eu,
quando, nem lembrava mais desse concurso, ai foi que chorei, me levaram
para um setor com uma lista de documentos e me deram um prazo para a
posse. Fui tomar posse, e na época o juiz Ridalvo Costa, perguntou de
que órgão a senhora vem, eu disse venho da casa de dona marly, mas quem é
marly perguntou o juiz, eu disse é minha patroa, ai o diretor
administativo na época Dr, Afonso braga disse sabe excel~encia é que ela
é empregada domestica, ele disse a partid de hoje não é mais, e sim
funcionária da Justiça Federla, e vi luas lágrimas rolarem com as
minhas. Hoje sou uma mulher abençoada em todos os sentidos, passei fome
pedi nas portas trabalhei demais na casa dos patrões sem direito a nada,
e hoje tudo tenho, principalmente familia abençoada reconhecida
nacionalmente, vindo de fam´lia pobre de plnatar cana fazer roçado,
plantar batata limpar mato. Só tenho que agradecer primeiro a Deus e
depois aos meus pais e a mim mesma que ainda não parei, começou minha
luta agopra ainda tenho muito o que fazer. Muitos títulos e pr~emios
conquistados, orgulho para mim, mas o que mais me deixa feliz é saber
que ajudei uma pessoa carente por dia. resolvi contar um resumo da minha
vida pelo fato de ver a vida de Luiz Gonzaga. deixo um recado, não
tenham vergonha de querer crescer, um prédio muito lindo começa da lama,
eu comecei assim.
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