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domingo, 30 de dezembro de 2012

Prefeitura alerta que vítimas de abuso de flanelinha na Orla chamem a polícia


Foi aberto um processo oferecendo 300 vagas para cadastro de flanelinhas, a fim de que, com um crachá de identificação e um treinamento, essa prática fosse banida, mas só 10 se inscreveram até a sexta-feira (29)
Cidades | Em 29/12/12 às 13h24, atualizado em 29/12/12 às 13h34 | Por Jornal Correio da Paraíba/Tássio Ponce de Leon
Reprodução
Flanelinha
A Prefeitura de João Pessoa bem que tentou, mas tudo indica que a população que for de carro passar o Réveillon na orla marítima da Capital vai ter mesmo que pagar valores que podem chegar a R$ 50 para estacionar, como em anos anteriores.
Foi aberto um processo oferecendo 300 vagas para cadastro de flanelinhas, a fim de que, com um crachá de identificação e um treinamento, essa prática fosse banida. Apesar disso, até a sexta-feira (28), só 10 haviam se inscrito.
Os trabalhadores ouvidos pela reportagem dizem que a estipulação de preços abusivos é feita não pelos flanelinhas que “fazem ponto” na praia, mas por aproveitadores e até ladrões. Já a prefeitura orienta quem se sentir coagido a pagar a chamar a polícia, através do 190.
A diretora de Organização Comunitária e Participação Popular da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) da prefeitura, Edith Rodrigues, disse acreditar que a baixa procura se deva ao fato de que, para se cadastrar, é preciso apresentar uma série de documentos, incluindo a ficha de “nada consta” nos antecedentes criminais.
“É essa a impressão que nós temos, de que eles têm problemas com a Justiça, porque a própria polícia turística entregou panfletos a cada um que trabalha naquela área”, observou. Para tentar aumentar o efetivo, o prazo de inscrição foi ampliado até o dia 31. O cadastro pode ser feito no Centro Administrativo Municipal, em Água Fria.
Para quem já passou por uma cobrança abusiva no Réveillon, como a publicitária Sheylla Wilma, 35, a lembrança é clara. “Cobraram R$ 50. Tive que sair e parar bem longe, porque a gente fica com medo de eles fazerem alguma coisa”, contou. O representante comercial Ricardo Carvalho, 44, também sabe o que é isso. Este ano, vai passar o Réveillon em Natal. “Mas, certamente isso vai acontecer, porque essa cobrança é um problema inerente a qualquer festa em todo o Brasil. Existe esse terrorismo, porque ficamos refém e não temos a quem reclamar”, afirmou.

Trabalhador se defende

Tarciano Santos, 51, trabalha há 30 anos como flanelinha, sustentando mulher e filhos com esse trabalho. Primeiro, começou na Praça João Pessoa, no Centro, até “se mudar” para a orla de Tambaú, embora resida em Bayeux. Desde o princípio, conta ele, nunca cobrou nenhum valor para cuidar do carro dos que estacionam nas imediações. 

“Cada um dá o que quer, até R$ 0,10 já está bom. O negócio é porque tem muita gente que é ladrão. Não é nem flanelinha, mas chega no Réveillon, bota a flanela no ombro e começa a cobrar. Tem uns que até arranham os carros e é por causa deles que a gente acaba ficando com uma fama ruim”, relatou. Outros seis flanelinhas ouvidos pela reportagem enfatizaram a existência da mesma problemática.

Semob divulga plano de tráfego
A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) da Capital divulgou ontem o plano de mobilidade para o Réveillon na orla marítima, envolvendo locais onde são permitidos circulação, estacionamento e paradas de ônibus, além da relação de 14 linhas de transporte público reforçadas.
Serão 100 agentes de trânsito, para disciplinar o fluxo de veículos e pedestres. A novidade deste ano é que, na Rua Índio Arabutan, próximo à Avenida Almirante Tamandaré (Hotel Xenius), a população terá á disposição um Centro de Ações Integradas, onde poderão ser encontrados todos os órgãos envolvidos na organização e apoio ao evento.

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