Análise: Para onde vai o prefeito Luciano Agra?
Assessoria
O ainda prefeito Luciano Agra tem aparecido lépido no noticiário político do Estado. Sustenta que pretende continuar na política e disputar cargo em 2014 e tem se reunido com dirigentes partidários para avaliar possibilidades de filiação a um novo partido. Já se encontrou com Rodrigo Soares (PT), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e deve se reunir com o deputado Ricardo Marcelo (PEN).
O plano inicial de Agra era ser dono do próprio partido. Tentou o PDT, que pontua no campo de centro-esquerda, mas parece ter esbarrado na regra de que quem tem voto no Congresso é quem manda nos pequenos partidos nos Estados. No PDT é o deputado Damião Feliciano.
Para onde, então, vai Luciano Agra?
O PEN (Partido Ecológico Nacional) é uma aposta apertada. A nova legenda trabalha para conquistar uma vaga numa chapa majoritária. Tem o presidente Ricardo Marcelo querendo ser candidato a senador. Com dois caciques no partido, um vai sobrar.
Duas das opções de Agra são contrapostas: PT e PSDB. São legendas que inevitavelmente estarão em campos opostos em 2014. Assim, a escolha de uma deverá representar a eliminação da outra.
A opção de Agra pelo PSDB ou por algum partido mais próximo a essa legenda só tem sentido no caso de rompimento do senador Cássio Cunha Lima com o esquema liderado pelo governador Ricardo Coutinho.
Mesmo assim, na hipótese de efetivação do rompimento, ainda existe o risco de Cássio não poder ser candidato a governador por causa da Lei da Ficha Limpa. Há sempre a possibilidade de ele se lançar e ser substituído de última hora, mas existe o risco de a legislação que permite essa manobra não funcionar para 2014.
Mais: e se Cássio não romper com Ricardo? Trata-se, pois, de opção de risco.
Numa opção pelo PT, Agra tem a possibilidade de ser candidato a governador ou a vice-governador ou senador em caso de alianças com outros partidos. Tem mais chances, pois.
O problema é que, apesar de inicialmente alimentar o projeto de lançar candidato próprio numa composição com o PP e o PSC, o PT poderá acabar numa aliança com o PMDB por força da disputa nacional. Assim, Agra corre o risco de ser vice na chapa com o prefeito Veneziano Vital do Rego, talvez um projeto que até agora não tenha imaginado, mas que pode calhar se ele e aliados mantiverem o espírito de combate ao governador Ricardo Coutinho.
Lógico que Agra tem outros opções partidárias, como a de filiar-se ao PPS e juntar-se ao aliado Nonato Bandeira, mas, diante do quadro que se apresenta no momento, talvez ele acabe mesmo na constelação petista.
Só que precisa chegar a 2014 com prestígio eleitoral. Se não...
Josival Pereira
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