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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Greve em universidades não acaba e servidores da PB vão a Brasília para protesto

Greve ocorre desde o mês de maio, na UFPB, e desde junho, na UFCG, IFPB e também na UEPB. Situação prejudica cerca de 85 mil alunos. MEC diz que faz esforço para fim da paralisação, mas sindicatos contestam

Emprego e Educação | Em 25/08/15 às 22h25, atualizado em 25/08/15 às 22h31 | Por Halan Azevedo
R|eprodução/Adufpb/Facebook
Adufpb vota pela greve
Em greve há cerca de três meses, representantes dos sindicatos dos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB); vão participar de um movimento nacional dos servidores federais para tentar pressionar o governo federal a dialogar sobre o reajuste salarial. A greve, que também acontece na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), prejudica cerca de 85 mil alunos no estado e não tem previsão de acabar.



Segundo o coordenador do comando local de greve na UFPB, Marcelo Sticovsky, os servidores aguardam a apresentação de uma contraproposta do governo federal para voltar a dialogar, mas as negociações estão travadas.

“O governo ficou de apresentar alguma coisa, mas até essa terça-feira (25) absolutamente nada foi apresentado. Estamos aguardando. Iremos participar nesta quinta (27) e sexta (28) de uma mobilização em Brasília para tentar sensibilizar e pressionar o governo para que as negociações voltem a acontecer e que nossas pautas sejam discutidas”, falou Marcelo Sticovsky.

A proposta inicial dos professores das instituições públicas federais, segundo Marcelo, foi de um amento de 27,3%. Durante negociações entre a categoria, os servidores diminuíram a pedida e reivindicam aumento de 19,6% para janeiro de 2016.

“Diminuímos a pedida, mas, mesmo assim, o governo federal enviou uma contraproposta de aumento de 21,3%, dividido em quatro anos, com reajuste de 5,75% em 2016. Caso aceitássemos, teríamos um reajuste inferior à expectativa de inflação para este ano, que é de 9%. Então, iríamos acumular perdas, ao invés de aumento. Já faz 30 dias desde a última reunião e o governo não nos procurou mais para tratar sobre o assunto, por isso iremos realizar a manifestação em Brasília”, afirmou Marcelo.

A Associação dos Docentes da UFCG (Adufcg) ratificou que o governo federal não tem negociado com a categoria e que o que tem acontecido é uma “embromação”.

“Eles não abrem o diálogo e propõem um aumento irrisório, dividido em quatro anos. O governo não apresenta nada de concreto para a categoria e fica de embromação. Estamos completando dois meses de greve na UFCG e nada é concretamente discutido entre as entidades que nos representam e o governo federal”, disse a Adufcg.

Portal Correio tentou contato com a Associação dos Docentes da UEPB (AUEPB) para saber o andamento das negociações da greve com o governo do Estado, mas não teve as ligações atendidas até o fechamento desta matéria.

O secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade, também foi procurado para comentar a greve na instituição estadual e o andamento das negociações, mas também não atendeu as ligações.

Em comunicado, o Ministério da Educação (MEC), informou que a greve preocupa e que já fez várias reuniões para tentar resolver o problema. 
"O MEC sempre se colocou à disposição para dialogar com as entidades e instituições federais e de fevereiro de 2014 a agosto de 2015, representantes do ministério se reuniram com a entidade 23 vezes para tratar da agenda de reivindicações”.

Ainda no comunicado, o MEC informou que o esforço do governo federal tem sido incansável para garantir o diálogo contínuo e a solução para a greve.
"O MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado em conjunto para restabelecer a atividade acadêmica”.

Na UFPB, a greve acontece desde o dia 28 de maio e atinge cerca de 40 mil alunos; na UFCG, cerca de 17 mil alunos estão sem aula desde o dia 25 de junho; no IFPB, a greve acontece desde o dia 22 de junho, afetando cerca de 3 mil alunos; e na UEPB cerca de 24 mil estão sem aula desde o dia 19 de junho. 

Segundo os sindicatos representativos dos professores, não existe data estimada para que a greve seja encerrada sem que o governo federal apresente reajuste considerado aceitável pela categoria.

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