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domingo, 10 de maio de 2015

Entre ventre e coração: Veja histórias de mulheres que são mães de jeitos diferentes


#DiaDasMães - Em diferentes cenários, elas souberam ser mães e descobriram um dos mais belos lados da vida feminina; em missão permanente, elas contam detalhes do que descobriram com a maternidade
Cidades | Em 09/05/15 às 17h50, atualizado em 09/05/15 às 17h49 | Por Ewerton Correia
Reprodução/ Montagem: Portal Correio
Mães em diferentes fases e modos de vida nutrem o mesmo amor pelos filhos
Com classes, credos, idades, raças e realidades diferentes, Rosângela, Maria da Guia e Mônica têm algo em comum: são mães. Elas não se conhecem, mas o sentimento maternal carregado em cada uma delas é nitidamente incondicional e unânime.


Hoje com 19 anos, Rosângela Sousa se tornou mãe aos 16, quando esteve entre as mais de 2,4 mil adolescentes de João Pessoa que ilustraram o quadro de gravidez na adolescência no ano de 2012. Os dados são do Ministério da Saúde.

O que no início foi um susto, para ela se tornou um dos momentos mais maravilhosos de toda a vida, mas os medos da menina que há poucos anos havia abandonado as bonecas para ser mãe também vieram à tona. “Na minha cabeça, eu me perguntava sobre como iria conciliar as coisas, trabalhar, estudar, como a gente ia ter a nossa casa, o que eu teria que fazer depois; não sabia se eu poderia ter o apoio de alguém para tudo”, disse ela.
Rosângela conheceu a maternidade na adolescência
FotoRosângela conheceu a maternidade na adolescência
CréditosReprodução/ Montagem: Portal Correio
Apoiada pelos pais e pelo marido, que na gestação era namorado, ela deu continuidade à vida escolar normalmente, onde teve que dividir os momentos da gravidez com os livros, cadernos e a sala de aula de ensino médio, ao cumprir a rotina da maioria das adolescentes e acompanhar lá mesmo o crescimento de Maria Clara no ventre.
Com uma gestação saudável e tranquila, Rosângela assume que a principal dificuldade de ser mãe aos 16 é o preconceito de parte da sociedade. “Lembro de comentários maldosos. No parto mesmo, a anestesista chegou a dizer de maneira grosseira que pela minha pouca idade, aquilo seria para mim um de muitos partos que viriam”.
O medo sobre conciliar os afazeres parece ter passado com a gestação. Hoje, Rosângela trabalha, cursa Ciências Contábeis e ostenta com orgulho os títulos de mãe e esposa. Focada também na vida profissional, ela ainda não pensa em dar irmãos a Maria, de dois anos, mas lembra dos momentos mágicos da maternidade.
“Amamentar pela primeira vez foi incrível; ver minha filha pela primeira vez foi um momento muito lindo. É uma sensação que não dá nem para explicar, chorei; olhar para ela hoje e ouvi-la me chamando de mamãe me faz esquecer dos problemas”, completou.
Mãe madura
Maria da Guia já sabe ser mãe há mais de 20 anos; há nove meses está vivenciando os prazeres de ser avó do pequeno Nicolas Davi e há pouco mais de sete meses descobriu que vai ser mãe mais uma vez.
Vinte anos após a primeira gravidez, Guia redescobre os prazeres da gestação
FotoVinte anos após a primeira gravidez, Guia redescobre os prazeres da gestação
Créditos: Ewerton Correia
Se engana quem pensa que ela se assustou com a gravidez - na opinião de muitos, tardia. Aos 41 anos, a copeira é pura alegria ao esperar Eloá e afirma com um sorriso de um canto ao outro que se sente agraciada por vivenciar a maternidade, mesmo após duas décadas. Ela diz ser um momento diferente.
“Quando tive meu primeiro filho, eu tinha 19 anos, não tive apoio da minha família e vivi uma situação bastante difícil, pois trabalhei muito e tive pouco tempo para ser mãe de verdade, isso me dói; quero que tudo seja diferente”, disse ela ao mostrar as peças minúsculas de um enxoval quase todo cor de rosa.
De olhos vidrados nos pertences de Eloá, a mãe que também é avó está vivendo um sonho o qual não tinha muitas esperanças para realizar. “Pela minha idade e pelos muitos anos que passei evitando gravidez, pensei que não viria mais a menininha tão sonhada. Já estava me convencendo que não ia acontecer, mas graças a Deus ela veio”, comentou a sorrir.
Ansiosa, ela garante que se controla para não ficar contando as horas de ver a filha, revela que não cansa de olhar a barriga esticada no espelho e quer muito que a menina que nem nasceu ainda, mas já é tia, conviva com o Nicolas. “Não vejo a hora de estar com ela nos braços, fico imaginando como vai ser a relação dela com meu neto; falta pouco”, disse ela.
Do coração ao ventre
Março de 1996 mudou de vez a vida de Mônica Rodrigues, de 44 anos. Com nostalgia, ela se lembra do ano em que levou uma amiga e vizinha em trabalho de parto até um hospital de João Pessoa. Na época, já mãe de duas filhas, se despediu das meninas e uma delas fez um pedido ingênuo: “Quando a senhora voltar de lá, traga um menino para a casa da gente, viu mãe?”.
A mãe recorda cada momento. Enquanto a amiga dava à luz na sala de parto, uma mulher desconhecida, nos corredores do hospital, pediu para que ela segurasse um bebê recém-nascido. Desde esse dia, a tal mulher nunca mais voltou para pegar o menino.
Mesmo surpresa, a mãe das meninas atendeu ao pedido feito por uma delas durante a saída à maternidade. Parecia um aviso. De coração aberto assim como as portas do lar, a dona de casa recebeu o bebê como filho, ele é Fabrício Rodrigues, que há 19 anos traz muitas alegrias à família. 
Mônica Rodrigues sonha em ver o filho constituindo a própria família e realizando mais sonhos
Foto: Mônica Rodrigues sonha em ver o filho constituindo a própria família e realizando mais sonhos
Créditos: Reprodução/Facebook
“Ele é um bom filho; tenho muito amor; a família toda o aceitou muito bem e temos muito amor por ele”, disse a mãe, orgulhosa do rapaz.
Hoje, as filhas já são casadas e a atenção maternal é quase exclusiva do menino que já está crescido e é soldado do Exército Brasileiro, o que para Mônica é um motivo de grande orgulho.
“Acho lindo ele e os amigos marchando; eu sempre dizia que queria ver Fabrício no quartel e lembro quando ele me falou que tinha entrado. Fiquei um pouco preocupada porque os três dias que ele passou na mata foram difíceis, mas entreguei a Jesus. Quero a felicidade dele”, disse ela.
A mãe adotiva e a mãe adotada
Neste ano, foi a vez de mais uma adoção, mais um gesto de amor. Após saber que a viúva de um tio estava em uma situação de abandono em um asilo da Grande João Pessoa, Mônica trouxe a idosa para casa também.
Dona Eliete Lima tem 63 anos, sofre de mal de Alzheimer e foi acolhida como mãe. Fabrício ganhou mais uma avó. “Dou banho nela, ela come sozinha, dorme bem; eu faço tudo com vontade, com gosto; não sei o dia de amanhã; quero fazer bem sem olhar a quem”, disse Mônica.
Por ter amor de sobra, a dona de casa dedica seu tempo a cuidar da família que vai aumentando com o tempo. Ela também está prestes a ser avó, já que uma das filhas está grávida. “Quero estar com meu filho, minhas filhas, minhas mães, vai ser um dia muito feliz”, completou, sobre este Dia das Mães.

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