PIEMONTE FM

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ministro das Relações Exteriores vai aos EUA para obter explicações sobre espionagem.

GENEBRA - O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, saiu no meio de um encontro realizado nesta segunda-feira, em Genebra, e seguiu direto ao aeroporto, para pegar um avião até os Estados Unidos, onde vai tratar das denúncias de que os Estados Unidos espionaram o governo, ministros e empresas, além de cidadãos brasileiros.
Figueiredo vai se encontrar na quarta-feira com a assessora-chefe de Seguranca Nacional da Casa Branca, Susan Rice, como sinalizou o governo americano na semana passada, durante o encontro do G-20 na Rússia, ao afirmar que buscaria uma solução que dê "condições políticas" para que a presidente Dilma Rousseff mantenha sua viagem a Washington, em outubro.
Dilma ameaça cancelar a viagem aos Estados Unidos enquanto o governo americano não adotar “medidas concretas” para acabar com a espionagem, que foi denunciada pelo jornalista Edward Snowden.
Figueiredo saiu para o aeroporto logo depois de fazer um discurso na primeira reunião do novo diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevedo.O ministro foi primeiro para Nova Iorque, para resolver problemas pessoais. Depois vai para Washington.
Dilma: “Eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil”
Na semana passada, em São Petersburgo (Rússia), durante a cúpula do G20, Dilma e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil até esta quarta-feira. De acordo com a presidente, se for necessário, ela voltará a conversar com Obama.
— O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema — contou Dilma, em entrevista coletiva. — Acho muito complicado ficar sabendo dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: “everything”.
Na conversa, Dilma Rousseff disse a Barack Obama que pretende propor à Organização das Nações Unidas (ONU) e a entidades internacionais iniciativas na tentativa de impedir a espionagem e violação de direitos individuais e humanos. Há mais de um mês, o governo brasileiro pediu explicações aos Estados Unidos sobre as denúncias, desencadeadas pelas informações de Edward Snowden, que trabalha para uma prestadora de serviços da Agência Nacional de Segurança (NSA).
Nas duas últimas semanas, os pedidos de informações aos Estados Unidos foram reforçados pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e Figueiredo. Em meio à expectativa pelas informações, a presidenta deixou em aberto a possibilidade de viajar, em 23 de outubro, para Washington, nos Estados Unidos, com honras de chefes de Estado.
— Se não houver condições políticas, obviamente não se vai. Eu não pretendo transformar a quarta-feira no “Dia D”. Eu pretendo transformar a quarta-feira em um dia de avaliação. Não esperem que quarta-feira seja um “Dia D” — disse Dilma.


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