PIEMONTE FM

domingo, 8 de setembro de 2013

Manifestações atrapalham os desfiles da Independência por todo o país

gência Brasil
Manifestante é contido com jato d'água
As manifestações deste sábado (7), na capital federal, foram marcadas por confrontos entre participantes e o forte esquema de segurança montado pelo governo do Distrito Federal (GDF) em torno do Estádio Nacional Mané Garrincha, onde as seleções do Brasil e da Austrália disputam um amistoso. Para não deixar os manifestantes se aproximarem do estádio, soldados da Tropa de Choque da Polícia Militar utilizaram bombas de efeito moral, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bala de borracha.

Os manifestantes, por sua vez, se dividiram em grupos para tentar burlar o esquema de segurança. Ocorreram confrontos nas proximidades de dois shoppings centers e na rodoviária da cidade, na região central do Plano Piloto. Pelo menos 30 pessoas foram detidas pelos policiais. Jornalistas também foram atingidos durante os confrontos no centro da capital.

No Setor Hoteleiro Sul, nas proximidades do Hotel Planalto Bittar, policiais da Tropa de Choque agrediram as pessoas que passavam pelo local. Após a reclamação de um manifestante contra a postura adotada, um policial disparou uma bomba de gás lacrimogêneo contra a cabeça dele. O repórter da Agência Brasil, Luciano Nascimento, foi apurar o ocorrido e, mesmo se identificando, foi agredido por três policiais com spray de pimenta e empurrões.

"Eles não conversaram em nenhum momento, chegaram disparando bomba e spray de pimenta. Eram muitos”, disse a estudante Leticia Hellen, que presenciou o ocorrido.

Os manifestantes protestavam contra a falta de transparência e os gastos excessivos com as obras da Copa do Mundo. "Algumas pessoas falam que as obras vão ficar para a população, mas, os mais de R$ 2 bilhões gastos no estádio não serviram para a população pobre da periferia, que sofre com a falta de escolas e de saúde”, disse o integrante do movimento Levante Popular, Francis Rocha.

O integrante do Movimento Copa para Quem?, Vinícios Lobão, destacou que para as obras preparatórias nas cidades sedes da Copa do Mundo, ocorreram “mais de 250 mil remoções e as pessoas que foram removidas não estão sendo realocadas em lugares adequados".

Quando a manifestação chegou perto do estádio, a polícia começou a atirar balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes. Houve correria. Um grupo se dirigiu para o Setor Hoteleiro Sul e outra parte foi em direção a rodoviária

São Paulo

Um grupo de cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, fechou a Avenida Paulista na tarde deste sábado (7) para protestar contra o governador Geraldo Alckmin. Os manifestantes, na maioria com roupas pretas e os rostos cobertos, estão concentrados próximo à Alameda Joaquim Eugênio de Lima. Eles picham os prédios e depredam agências bancárias, bancas de revista e os cones de sinalização da ciclofaixa.

A polícia até o momento não interveio. Os manifestantes fazem parte de um grupo que se concentrava desde o início da tarde no vão-livre no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Um helicóptero e diversas viaturas da PM acompanham a ação do grupo.

Fortaleza

Trinta pessoas que participavam de manifestações em Fortaleza foram encaminhadas a uma delegacia da Polícia Civil porque estavam usando máscaras, capuzes e lenços que impediam a visão do rosto. Os detidos também estavam com pedras, bolas de gude, estilingues e pregos, que foram retidos na delegacia para encaminhamento à Justiça. Nenhum portava documento de identificação. Segundo a Polícia Militar (PM), são esperadas 20 mil pessoas nos protestos em Fortaleza. Nas páginas de redes sociais na internet, mais de 10 mil pessoas haviam confirmado presença até ontem (6).

De acordo com o comandante da operação de segurança na capital cearense, Túlio Studart, os encaminhamentos à delegacia foram feitos em cumprimento a uma medida cautelar, expedida pelo Ministério Público, que autoriza policiais militares e civis a abordarem manifestantes que estejam com o rosto coberto. A medida também permite a detenção das pessoas sem identificação para que isso seja feito.

Segundo Studart, todos manifestantes já foram identificados e liberados. Um efetivo de 900 PMs está distribuído nos possíveis locais de manifestações, como no Dragão do Mar, na Assembleia Legislativa, no Palácio de Iracema e na Praça da Abolição.

Rio de Janeiro
Muita gente chegou cedo para assistir ao desfile das Forças Armadas no desfile da Independência, na Avenida Presidente Vargas, uma das principais do centro da cidade. Os manifestantes que estavam perto da Avenida chegaram ao Campo de Santana, no centro, por volta das 10h. Eles foram contidos pela tropa de choque da Polícia Militar com gás lacrimogêneo.

Pelo menos sete pessoas foram detidas nas manifestações de hoje (7) no Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, uma foi levada para a 5ª DP, no centro, e já foi liberada.

Após o desfile tumultuado pela manhã, dezenas de pessoas se concentraram na Rua Uruguaiana próximo à esquina com a Avenida Presidente Vargas, na área central da cidade, para participar do Grupo dos Excluídos de 2013.

Uma outra confusão voltou a ocorrer em frente ao palanque oficial das autoridades em frente ao prédio do Comando Militar do Leste (CML), na Avenida Presidente Vargas, na área central da cidade. Houve tumulto e muita correria dos manifestantes que participavam do Grupo dos Excluídos

Na avaliação do  Comando Militar, o tumulto com manifestantes não prejudicou desfile. Ao menos 50 pessoas receberam suporte da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) por terem sido encaminhadas neste sábado (7), durante as manifestações, a cinco delegacias da cidade. A entidade atua evitando prisões arbitrárias e acompanha as pessoas que são levadas às delegacias até o momento em que a polícia decide mantê-las detidas

Os manifestantes também se concentraram em frente ás escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Um balanço da Polícia feito às 17 horas, apontou que 27 pessoas tinho sido detidas nas manifestações do Rio

Em  outro ponto da cidade, no Largo do Machado,  na zona sul do Rio, os manifestantes  fecharam a Rua das Laranjeiras ao trânsito para participar do Setembro Negro. O Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou a usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo.

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