PIEMONTE FM

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Policiais civis são denunciados por crimes de extorsão e corrupção


Coletiva, PC. envolvido  em Extorsão fotos E.M.S 19 02 2013 034Combater a corrupção na Polícia Civil foi o objetivo da ‘Operação Concutere’, realizada na manhã desta terça-feira (19), em João Pessoa, por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) da própria instituição. Ao todo, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos em propriedades de policiais entre eles um delegado, quatro agentes e um motorista policial, todos integrantes da Delegacia Especializadas de Crimes contra ao Patrimônio (Roubos e Furtos) da Capital e já denunciados pelo Ministério Público por concussão e corrupção.
Uma coletiva de imprensa, que contou com a presença do secretário da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, aconteceu na sede do GOE para dar detalhes do procedimento adotado pelos policiais para os crimes. Ainda estiveram presentes na entrevista o delegado geral adjunto, Andre Rabelo, o delegado titular do grupo, Cristiano Jacques e ainda o corregedor geral da pasta, delegado Nilton Alves da Silva, e a corregedora de Polícia Civil, delegada Maria das Graças Alves de Morais.
De acordo com as investigações, os policiais trabalhavam de maneira programada: a equipe de agentes e motorista, apesar de ser de Roubos e Furtos, procurava efetuar prisões por tráfico de drogas e negociava com os acusados para que o fragrante fosse substituído por um Termo Circunstanciado de Ocorrência, cabível para crimes de menor potencial ofensivo. “Enquanto o tráfico tem pena de reclusão de cinco a 15 anos, o porte para consumo tem como pena advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa”, explicou Cristiano Jacques.
“A ação demonstra a transparência de que tem coragem de cortar na própria carne para retirar da instituição aqueles que se desviam da função maior que é servir à sociedade”, frisou Cláudio Lima. Segundo ele, toda a equipe da delegacia de Roubos e Furtos já está afastada e substituída.
Já o delegado André Rabelo destacou que condutas como a dos policiais denunciados não serão aceitas. “Estamos construindo uma polícia melhor e credibilidade e todas as ações de combate à corrupção terão apoio da Delegacia Geral”, disse.
Da equipe da delegacia especializada foram denunciados: o delegado titular, Francisco Basílio Rodrigues, o motorista policial Milton Luiz da Silva e os agentes de investigação Luiz Márcio da Silva, José Rodrigues da Silva Júnior, Marcos Antônio Santos Filho e Elenildo Pessoa da Costa, que foi preso em flagrante e autuado por posse irregular de arma de fogo de uso restrito.
Milton já foi denunciado no Rio Grande do Norte, sob a acusação de vários crimes, entre eles roubo qualificado e formação de quadrilha armada. Ele também foi preso durante a operação Squadre, da Polícia Federal, realizada no dia 9 de novembro de 2012, juntamente com o agente José Rodrigues, acusado de crime de milícia.
Investigações – Segundo o titular do GOE, há pelo menos quatro meses o grupo especial recebeu a denúncia de um traficante sobre os crimes cometidos pelos policiais da delegacia de Roubos e Furtos. “O traficante foi alvo deles por duas vezes, uma em junho do ano passado e a outra em outubro, e relatou o fato aqui na delegacia. Tanto ele quanto a família tiveram que pagar quantias em dinheiro para que fosse libertado. Os valores exigidos eram altos e chegavam a até R$ 30 mil. Em uma dessas oportunidades, a mãe do preso gravou parte do diálogo com o motorista policial no seu celular pedindo R$ 3 mil”, contou Cristiano Jacques. Ele afirmou que as ameaças dos policiais chegavam a ser de morte e o traficante, mesmo sendo o denunciante, não deixou de ser responsabilizado no inquérito, concluído com provas robustas de materialidade e autoria.
A Polícia Civil agora espera decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba sobre o deferimento de mandado de prisão preventiva contra os policiais envolvidos nos crimes. “As cautelares foram pedidas por nós, com o apoio do Ministério Público, mas indeferidas pelo juiz da 4ª vara criminal, José Guedes Sobrinho Cavalcante. O MP não aceitou e recorreu ao Tribunal, que deve decidir nos próximos dias”, explicou a autoridade policial.
Concutere significa o ato sacudir a árvore para que os frutos caiam.

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